quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Da criança de rua.
Pedaço de riso tirado do céu. Com a infancia arrancada de suas mãozinhas como aquele brinquedo da loja que ela não podia brincar.
O que uma viagem pode fazer com um coração?
Destrui-lo
Queima-lo
Amassa-lo
De saudade.
E minha mente só relembrando
Do teu toque
Do teu beijo
tua voz
Me torturando
De amor.
Queima-lo
Amassa-lo
De saudade.
E minha mente só relembrando
Do teu toque
Do teu beijo
tua voz
Me torturando
De amor.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
"Querido Arthur,
Em mim também não me cabe felicidade
Mal a caneta consigo segurar nas mãos
Te espero, Arthur, atenta.
Para nos encontrarmos novamente
E fixarmos o olhar um no outro
Como sonhei a sua distancia
E juntos ficaremos
Para sempre.
da eternamente sua, Mariana."
Mal a caneta consigo segurar nas mãos
Te espero, Arthur, atenta.
Para nos encontrarmos novamente
E fixarmos o olhar um no outro
Como sonhei a sua distancia
E juntos ficaremos
Para sempre.
da eternamente sua, Mariana."
"Querida Mariana,
Não me cabe no peito maior felicidade,
pois teus olhos em breve terei sob os meus
não me demoro, então atente
o porto será nosso porto seguro
agora posso enfim vislumbrar meu horizonte,
pois de teu abraço faço terra firme
terei teu corpo como em meus sonhos
e desta vez é para sempre.
de saudades e amores, Arthur."
pois teus olhos em breve terei sob os meus
não me demoro, então atente
o porto será nosso porto seguro
agora posso enfim vislumbrar meu horizonte,
pois de teu abraço faço terra firme
terei teu corpo como em meus sonhos
e desta vez é para sempre.
de saudades e amores, Arthur."
"Querida Mariana,
Tempo,
o tempo, os dias, não existem mais em mim
tudo perde o sentido
sem você
teu brilho no olhar, tão enluarado
teu perfume de flor
que não sinto a tantos
horas
dias
anos
sem ti, nada mais faz sentido.
Arthur"
o tempo, os dias, não existem mais em mim
tudo perde o sentido
sem você
teu brilho no olhar, tão enluarado
teu perfume de flor
que não sinto a tantos
horas
dias
anos
sem ti, nada mais faz sentido.
Arthur"
"Querido Arthur,
Dias.
São poucos os dias que vou aguentar nesse lugar sem você, Arthur.
Tudo tão distante
Você
A Lua
A flor o jardim
Volte logo Arthur
Senão não aguento mais.
Mariana"
São poucos os dias que vou aguentar nesse lugar sem você, Arthur.
Tudo tão distante
Você
A Lua
A flor o jardim
Volte logo Arthur
Senão não aguento mais.
Mariana"
Feio.
É facil gostar daquilo que é bonito
que é irreal
Porque não se pode ver beleza
nas pedrinhas da calçada
na ferrugem do portão
na olheira da mulher
ou no rasgo do jornal?
Eu que sou a louca por gostar dessas coisas
do simples
do mundo.
Quero viver no simples
e no feio,
que é mais real.
que é irreal
Porque não se pode ver beleza
nas pedrinhas da calçada
na ferrugem do portão
na olheira da mulher
ou no rasgo do jornal?
Eu que sou a louca por gostar dessas coisas
do simples
do mundo.
Quero viver no simples
e no feio,
que é mais real.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Despedida
Aquela mão parada no tempo
no espaço
no olhar dela
E só o corpo dele
andando as pressas
para o nada
Aquela menina abandonada no quarto escuro e solitário de sua alma.
Volte para ela, moço
Volte para a casa dela, acenda as luzes e faça ela ver que não aconteceu
nada
Moço da camisa listrada
não faça a menina da blusa amarela
deixar escorrer por seu rosto
lágrimas.
no espaço
no olhar dela
E só o corpo dele
andando as pressas
para o nada
Aquela menina abandonada no quarto escuro e solitário de sua alma.
Volte para ela, moço
Volte para a casa dela, acenda as luzes e faça ela ver que não aconteceu
nada
Moço da camisa listrada
não faça a menina da blusa amarela
deixar escorrer por seu rosto
lágrimas.
Hoje
Hoje é o amanhã do ontem
que já foi
e não voltará.
Hoje é também o ontem do amanhã
que ninguém sabe
o que será.
Essa poesia está presente na AgendArte 2011, compre já a sua! x3
que já foi
e não voltará.
Hoje é também o ontem do amanhã
que ninguém sabe
o que será.
Essa poesia está presente na AgendArte 2011, compre já a sua! x3
Minha Arte
Sinto falta
do teu sorriso
do teu olhar
Sinto falta
de te sentir
de te tocar
Penso em você
a todo instante
em toda parte
Sinto em você
a minha vida
a minha arte.
do teu sorriso
do teu olhar
Sinto falta
de te sentir
de te tocar
Penso em você
a todo instante
em toda parte
Sinto em você
a minha vida
a minha arte.
sábado, 12 de dezembro de 2009
"Saudosa Mariana,
Volto ao velho porto
em sonhos sob o balanço do mar.
Lembranças são substituidas
seu olhar, enquanto o porto se afastava no horizonte
e o horizonte vazio que vejo todos os dias
Preciso do teu calor, preciso da chama que carrega em teus olhos
aqui tudo é frio e solitário sem você,
Arthur."
(Taffarel Micaloski)
em sonhos sob o balanço do mar.
Lembranças são substituidas
seu olhar, enquanto o porto se afastava no horizonte
e o horizonte vazio que vejo todos os dias
Preciso do teu calor, preciso da chama que carrega em teus olhos
aqui tudo é frio e solitário sem você,
Arthur."
(Taffarel Micaloski)
"Querido Arthur,
Voltei àquele lugar e
Apenas o som do mar eu ouvia.
Esta é uma lembrança que eu quero mudar.
Aquele porto e aquele horizonte
tão vazios quanto meu coração.
É necessário preenche-lo novamente, Arthur.
Só como você preenche.
Mariana."
Apenas o som do mar eu ouvia.
Esta é uma lembrança que eu quero mudar.
Aquele porto e aquele horizonte
tão vazios quanto meu coração.
É necessário preenche-lo novamente, Arthur.
Só como você preenche.
Mariana."
"Mariana, botão em flor,
as flores, Mariana, se contemplam
embora timidas e delicadas
guardam em suas pétalas
o perfume que embriaga meu peito,
Arthur."
(Taffarel Micaloski)
embora timidas e delicadas
guardam em suas pétalas
o perfume que embriaga meu peito,
Arthur."
(Taffarel Micaloski)
"Querida Mariana,
a brisa que varre meus pensamentos
me trazem teu sopro tão suave
volto a teus olhos em breve,
me espere, logo estarei contigo,
Arthur."
(Taffarel Micaloski como Arthur)
me trazem teu sopro tão suave
volto a teus olhos em breve,
me espere, logo estarei contigo,
Arthur."
(Taffarel Micaloski como Arthur)
"Doce Mariana,
busquei teus olhos no horizonte
mais uma vez.
o navio é silencioso, sem tua voz
sinto tua falta, quero mergulhar
no mais profundo de teu coração,
Arthur."
(Agradecimentos a Taffarel Micaloski que interpreta Arthur.)
mais uma vez.
o navio é silencioso, sem tua voz
sinto tua falta, quero mergulhar
no mais profundo de teu coração,
Arthur."
(Agradecimentos a Taffarel Micaloski que interpreta Arthur.)
"Querido Arthur,
Sentei-me mais uma vez naquele jardim
silencioso.
Senti falta de tua companhia ao meu lado.
Quando voltas?
Estou começando a ficar preocupada.
Mariana."
silencioso.
Senti falta de tua companhia ao meu lado.
Quando voltas?
Estou começando a ficar preocupada.
Mariana."
Roda gira.
Roda a roda de rodar
Adora a roda de brincar
Faz catavento girar
Criança alegre roda o mundo a sorrir
Roda, gira e vai dormir.
Seus sonhos conquistam o mundo.
Adora a roda de brincar
Faz catavento girar
Criança alegre roda o mundo a sorrir
Roda, gira e vai dormir.
Seus sonhos conquistam o mundo.
"Querido Arthur,
As flores, Arthur, o que se faz com a flores?
Um dia, tímidas, se escondem em brotinhos
E logo depois se abrem em um sorriso colorido.
Mariana."
Um dia, tímidas, se escondem em brotinhos
E logo depois se abrem em um sorriso colorido.
Mariana."
Silêncio
Há mais vida em um silêncio.
mais conversa
mais fervor
As palavras são pequenas
perto de um silêncio, amor.
mais conversa
mais fervor
As palavras são pequenas
perto de um silêncio, amor.
Estranha sensação.
Tenho sempre essa estranha sensação de que preciso conhecer uma pessoa importante.
Ela pára e me olha como para me conhecer também.
Ninguém nos apresentou e ficamos ali,
as duas, paradas e quietas.
Vasculhando algum assunto para conversar
Preciso desesperadamente conhecer aquela menina
do outro lado do espelho.
Ela pára e me olha como para me conhecer também.
Ninguém nos apresentou e ficamos ali,
as duas, paradas e quietas.
Vasculhando algum assunto para conversar
Preciso desesperadamente conhecer aquela menina
do outro lado do espelho.
Chuva.
Será que chove?
Já faz tanto tempo.
Vamos, vamos, dorme!
Escuta meu acalento
Chuva, vem dormir!
Abraçado em meus laços
Tenho saudades de ti
De teus traços, teus abraços
Quero te sentir em mim
Como faz sempre que vem.
Tua textura, teu cetim
Me faz sentir como quem tem!
Só tome cuidado com seus abraços
Da última vez veio em pedaços.
Já faz tanto tempo.
Vamos, vamos, dorme!
Escuta meu acalento
Chuva, vem dormir!
Abraçado em meus laços
Tenho saudades de ti
De teus traços, teus abraços
Quero te sentir em mim
Como faz sempre que vem.
Tua textura, teu cetim
Me faz sentir como quem tem!
Só tome cuidado com seus abraços
Da última vez veio em pedaços.
O Céu e as cores.
O céu gosta de cores
Se pinta de azul quando acordado
Ao dormir pinta-se de negro
Adormecendo alaranjado
E o mundo se esquecendo...
Esquecendo...
Esquecendo que há um céu
Esquecendo que há o belo
Esquecendo que ao acordar
O céu se pinta de amarelo.
11/12/2009 4:11
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Uma carta.
Ando sobre a noite. Exatamente, sobre a noite. Grande noite escura e negra que estende-se aos meus pés, não reclama de estar pisando em cima dela, até gosta. Ri em silêncio e me delicio com o toque descalço na textura do entardecer. Noite comprida que não tem fim, iluminada por estrelas penduradas em postes. Estrelas estas que no vento gelado se esticam em fios camuflados e se esquentam compartilhando calor. Grandes montanhas quadradas nascem do céu de cimento, umas mais altas que as outras, me observam com seus milhares de olhos, uns atentos outros dormentes. Caminho sobre a noite, pés descalços sentem o frio que ela proporciona, mas um calor interno que aquece o coração. Grande mãe-noite sinto saudades suas, a tempos não me vem visitar e me faz falta. Sei que é ocupada, mas venhas logo que possível, quero poder deitar no teu abraço mais uma vez e dormir abraçada pela sua escuridão.
De sua filha que sente saudades.
Barbara
Uma história.
Vou te contar um história. Você gosta de histórias? História de um menina que não sabia quem era, não sabia aonde ia, não sabia da onde vinha, não sabia pra que servia, não sabia de nada, só sabia da Arte. Desde pequena tinha todas as respostas da arte cravadas em seu coração. Era um amor incondicional que a fazia cada vez mais feliz. Menina pobre, nasceu nas favelas e não tinha dinheiro para expandir a arte que sentia em seu coração. Muitos desistiriam, cansariam de tentar e tentar sem conseguir, mas ela não. Ela estava destinada a mostrar ao mundo a sua Arte, a sua vida, para todos aqueles que gostariam de conhecer. Cresceu, e, já moça, decidiu abandonar sua casa em busca da Arte. Seguiu pelos caminhos que a guiavam e vivia cada dia com uma surpresa. Não estudou, não trabalhou, e era ainda assim, muito culta e esforçada. Viveu nas ruas, alimentando-se de esmolas que tacavam-lhe na cara. Era mulher bonita, mas a pobreza a deixava suja e feia. Quando adulta, não desistiu da Arte e continuava a mostrar como podia para o mundo. Construiu sua própria flauta e saia tocando pelas ruas, quando achava papel e lápis desenhava, quando tocavam música dançava e vivia assim muito feliz. Aos 40 anos morreu de fome em uma rua desconhecida, sozinha, esquecida pelo mundo. Essa mulher não foi famosa, nem conhecida. Não sei quem era nem quem foi. Não teve final feliz como muitos outros que rodam pelo mundo com seus sonhos. Nos olhos humanos, apenas mais uma mulher pobre a morrer na rua. Nos olhos de um ET, uma mulher única que levou a sua arte até os céus.
domingo, 1 de novembro de 2009
Ciclo
Sou porque penso. Penso porque acredito. Acredito porque vejo. Vejo por quero. Quero porque posso. Posso porque me deram liberdade. Me deram liberdade porque eu faço. Faço porque tenho como. Tenho como porque consegui. Consegui porque errei. Errei porque tentei. Tentei porque deu vontade. Deu vontade porque tive a ideia. Tive a ideia porque a colocaram lá dentro. A colocaram lá dentro porque eu abri. Eu abri porque tinha a chave. Eu tinha a chave porque a criei. A criei porque tenho imaginação. Tenho imaginação porque faço teatro. Faço teatro porque o descobri. O descobri porque procurei. Procurei porque quis procurar. Quis procurar porque pensei assim. Pensei assim porque sou. Sou porque penso. Um ciclo que nunca acaba. Um ciclo que me completa.
Ser humano.
É difícil ser humano. É uma das tarefas que está sendo mais difícil pra mim em toda a minha existência. Tem que ter tantas mentiras, farsas, máscaras que eu fico até confusa! E quando decido falar a verdade, as pessoas consideram mentira. Humanos tem dessas de achar que qualquer coisa é mentira. Pois é, se não falassem todos tantas mentiras não teriam que ter essa desconfiança toda. Não gosto de me fingir humana. De fingir que tenho os mesmos pensamentos, mesmos sentimentos, mesmos comportamentos, e mesmos outros entos. Não posso ser eu mesma uma vez na vida? Não posso decidir que não quero saber de dinheiro, que quero direito pra todos? Que quero uma liberdade real e não falsa? Não posso gritar ao mundo que é a Arte que faz a alma? Não posso ao menos gritar? Não posso desenhar no asfalto, cantar bem alto, dar um salto? Não posso brincar de ciranda, imitar um panda, ir na varanda? Humanos estranhos que dizem que todos são diferentes e obrigam todos a serem iguais. Não sou nem nunca serei igual a ninguém. Sou diferente, de trás pra frente, sou louca, sou demente. Tenho manhas e manias, tenho aranhas e alegrias. Não sou assim e nem assado, sou apenas um ET desastrado que olha o mundo com seu olhar infantil.
Sonho quer voar.
Pequeno pedaço de sonho quer aprender a voar. Na sua primeira tentativa acaba caindo em lugar desconhecido e corre. Chega em um lugar estranho onde pequenas montanhas coloridas de tecido subiam e desciam abundantemente. Estranhas árvores de cimento branco fechavam o quarto em quatro paredes altíssimas. Pobre Sonho, corria rápido pela madeira do chão enquanto quatro monstros horríveis se aproximavam. A montanha mais alta era presa ao chão por quatro pés e um vão abria-se embaixo dela, ficar ali parecia ser seguro.
Quando acordei assustada pela música que tocara no aparelho, estranhei o movimento de gatos pelo meu quarto, apontavam todos seus focinhos e patas para minha cama e resolvi dar uma olhada. Um pequeno passarinho me olhava assustado com olhos arregalados de terror. Estiquei a mão na vaga tentativa de aconchega-lo. Era cedo e fazia frio e meu coração desejava com todas as forças cuidar daquele Sonho indefeso. Quando consegui segura-lo nas mãos piou alto e agudo como se chamasse sua mãe em desespero. Me apressei em deixa-lo confortavel e ele logo se acalmou. Segui em direção a arvore do jardim onde eu acreditava que estaria seu lar. Não estava. Ainda calma rodeei o jardim e não encontrei nem ninho nem outro passarinho que pudesse me dar algumas informações. Parei e olhei a bola de penas que dormia tranquilamente em minhas mãos. Derreti. Como poderia não me apaixonar por um pequeno sonho ao meu alcance? Não tive mais nenhum ideia do que fazer e fiquei apenas a apreciar aquele Sonho. Foi quando ouvi um som. Olhei em volta e em cima do muro havia um pássaro igual ao Sonho, só que em proporção maior. "Deve ser mamãe" falei baixinho na orelha do pequeno passarinho. Ele, continuou dormindo, parecia gostar daquele calor extraterrestre que minhas mãos lhe proporcionavam. Corri em direção a mãe dele, mas ela não gostava de minha companhia e sempre ia mais longe. "Por favor! Não fuja, seu filho está aqui! AQUI!" Falava. De nada adiantava, mãe de Sonho não cessava o canto de chamar e implicava em fugir de mim. Apesar de tudo, tive de desistir. Não conseguia chegar perto da mãe que estava cega de terror. O Tempo não quis me esperar e andava calmamente além de mim, cada vez mais longe. Sabia eu que se não o alcançasse logo não conseguiria cumprir o dia. Deixei pequeno sonho no chão e corri. Antes de desaparecer pelo caminho olhei para trás e vi Sonho parado, sem mexer uma pena. Quando foi possível voltar, corri aos fundos de casa a procura-lo. Estava parado, segurei-o nas mãos e olhei bem. Não mais descansava na mão e me torturava com um olhar de desespero, fome, solidão e tristeza. Pobre criança, não podia comer nem beber. Desabei com o pobre passarinho nas mãos, não teria chances de voar. O sonho de Sonho não poderia se realizar e nada restava fazer a não ser esperar que algo de bom acontecesse. Sonho descansou em um pequeno ninho improvisado por mãos Extraterrestres. Estava ofegante, na tentativa de tomar todo o ar possível. Ele sabia do futuro, sabia o que ia acontecer. Na manhã seguinte ao visitá-lo descobri que Sonho voou. SONHO VOOU! Voou alto, voou pra longe! Voou, para tão longe, que não foi possível levar o corpo junto.
Quando acordei assustada pela música que tocara no aparelho, estranhei o movimento de gatos pelo meu quarto, apontavam todos seus focinhos e patas para minha cama e resolvi dar uma olhada. Um pequeno passarinho me olhava assustado com olhos arregalados de terror. Estiquei a mão na vaga tentativa de aconchega-lo. Era cedo e fazia frio e meu coração desejava com todas as forças cuidar daquele Sonho indefeso. Quando consegui segura-lo nas mãos piou alto e agudo como se chamasse sua mãe em desespero. Me apressei em deixa-lo confortavel e ele logo se acalmou. Segui em direção a arvore do jardim onde eu acreditava que estaria seu lar. Não estava. Ainda calma rodeei o jardim e não encontrei nem ninho nem outro passarinho que pudesse me dar algumas informações. Parei e olhei a bola de penas que dormia tranquilamente em minhas mãos. Derreti. Como poderia não me apaixonar por um pequeno sonho ao meu alcance? Não tive mais nenhum ideia do que fazer e fiquei apenas a apreciar aquele Sonho. Foi quando ouvi um som. Olhei em volta e em cima do muro havia um pássaro igual ao Sonho, só que em proporção maior. "Deve ser mamãe" falei baixinho na orelha do pequeno passarinho. Ele, continuou dormindo, parecia gostar daquele calor extraterrestre que minhas mãos lhe proporcionavam. Corri em direção a mãe dele, mas ela não gostava de minha companhia e sempre ia mais longe. "Por favor! Não fuja, seu filho está aqui! AQUI!" Falava. De nada adiantava, mãe de Sonho não cessava o canto de chamar e implicava em fugir de mim. Apesar de tudo, tive de desistir. Não conseguia chegar perto da mãe que estava cega de terror. O Tempo não quis me esperar e andava calmamente além de mim, cada vez mais longe. Sabia eu que se não o alcançasse logo não conseguiria cumprir o dia. Deixei pequeno sonho no chão e corri. Antes de desaparecer pelo caminho olhei para trás e vi Sonho parado, sem mexer uma pena. Quando foi possível voltar, corri aos fundos de casa a procura-lo. Estava parado, segurei-o nas mãos e olhei bem. Não mais descansava na mão e me torturava com um olhar de desespero, fome, solidão e tristeza. Pobre criança, não podia comer nem beber. Desabei com o pobre passarinho nas mãos, não teria chances de voar. O sonho de Sonho não poderia se realizar e nada restava fazer a não ser esperar que algo de bom acontecesse. Sonho descansou em um pequeno ninho improvisado por mãos Extraterrestres. Estava ofegante, na tentativa de tomar todo o ar possível. Ele sabia do futuro, sabia o que ia acontecer. Na manhã seguinte ao visitá-lo descobri que Sonho voou. SONHO VOOU! Voou alto, voou pra longe! Voou, para tão longe, que não foi possível levar o corpo junto.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Aquela criança.
Porque será que só os humanos são assim? Desde que fiz minha viagem pelo universo, todos os planetas que visitei eram feitos de crianças, e crianças mesmo! Não pseudo-crianças que querem ser mais velhas. Feitos de crianças que gostam de brincar de boneca e de carrinho, que sobem em arvores e correm pela rua. E elas não eram novas de existencia (se é que me entende). Acho um absurdo que na na terra somos apenas crianças por um breve (brevíssimo devo dizer) pedaço de tempo. Se é pra ser criança, tem que ser criança o resto da vida. É assim que eu penso, e não vou deixar de ser criança. Nunca! As crianças que tem os sentimentos mais profundos por coisas mais simples, que quando amam, amam de verdade, quando estão tristes, tristes de verdade. Não odeiam, querem fazer de tudo, não fazem nada as vezes. Brincam o tempo todo e não tem medo de nada, só de escuro. Acham que doce é a melhor comida do mundo e tem o poder de encantar a todos com uma risada. Assim que deviam ser os humanos, para sempre! Assim não haveriam guerras e o mundo seria uma grande bola de brincar. Quero ser criança, poxa! Podem me deixar? Juro que não vou mudar, serei para sempre aquela criança que quer sorvete de chocolate e uma bola pra chutar.
domingo, 4 de outubro de 2009
As duas palavras.
Eu ainda lembro de tudo o que passou. Lembro de todos os momentos que passamos juntos. Lembro das conversas e das risadas. Uma promessa feita por todos nós repete-se em minha mente. Duas palavras que significavam coisas tão obvias agora não são nem uma possibilidade. Ainda tenho vontade (muita vontade) de voltar ao passado para reviver aqueles momentos de alegria, e relembrar de quando eu era mais feliz. Em um ano que não era para acontecer nada de ruim, simplesmente veio o caos sobre nós cinco e tudo se quebrou. Primeiro nossa convivência, depois nossa amizade, nossos sentimentos e então passamos a ser indiferentes um para o outro. Foi simplesmente impossível transmitir para vocês a verdade que aconteceu dentro de mim. Tentei de todas as maneiras mas nem eu nem vocês entenderam, e normalmente quando não se entende algo temos conclusões erradas. Foi por esse jeito repugnante que me tomou que acabou com toda a nossa vida. Foi parando a conversa, os encontros, as novidades e então tudo acabou. Me vi presa em algum corredor escuro, onde não conseguia andar nem falar, e a única coisa que conseguia ver eram vocês quatro (com mais duas integrantes) seguindo em frente sem mim e eu não podia chama-los ou agarra-los com todas as forças, com lágrimas nos olhos e implorar para me levarem junto. No começo ainda olhavam para trás muitas vezes, mas depois os olhares foram diminuindo, até que agora, muito longe, nem se lembram mais de mim. E aquelas duas palavras repetidas por todos nós ecoa na minha cabeça, me fazendo doer ainda mais. Aquelas simples duas palavras, tão verdadeiras no inicio, agora tão impossivelmente mentirosas. Duas palavras. Aquelas duas palavras. Só as palavras "Para sempre."
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Aqueles que não conseguimos ver.
Na verdade o que é um fantasma? Alguém aqui pode me explicar? Já perguntei pra muita gente e sempre respondiam que eram besteira, ou que eram feitos de névoa. MAS COMO QUE ELES SABEM? Claro que existem as fotos onde os fantasmas decidem aparecer pra mostrar que existem, e daí eles aparecem meio nevoentos. Mas será que temos certeza de que só são assim nas fotos? Pensem comigo: Fantasmas são coisas que não podemos ver, certo? E se não podemos vê-los como podemos saber exatamente como são? Não podemos, exatamente. Então deixem de bobeira de acreditar que fantasmas são só nevoas. Não! Eles são muito mais que isso. Por acharem que eles são nevoa que acabam ficando bravos conosco e nos atacam ou coisa assim. Fantasmas são as recordações do que deixaram pra trás então mudam de cor a cada instante. Fantasmas são lembranças da poeira de memória que ainda restam na mente dele, então dependendo do que estão lembrando no momento, tem cores e jeitos diferentes. Fantasmas mudam e desmudam, se falam ou se juntam. Tem de todos os jeitos, tem de todas as formas, tem de tudo quanto é cor. São como bolas de sorvete, que caminham pelo mundo, a procurar sua casquinha.
Chega de perguntas!
Não sei se é porque não sou daqui, não sei se é porque tenho espírito-criança. Mas tenho sempre uma vontade enorme de saber das coisas. Não entendo porque brigam comigo, e também realmente não entendo porque me dão respostas tão sem Graça. Quero a Graça pra viver, se não, do que tem Graça? Se pergunto porque o céu é azul, não quero saber se é por causa da pigmentação e blablabla, e sim que é porque é sua cor favorita. Se pergunto o que é a luz, não quero saber se são atomos que blablabla, e sim que é o modo como a Vida demonstra alegria. Então não adianta me dar respostas sem sentido, quero respostas que façam meu coração entender das coisas, se não não vou parar de perguntar! Não chega de perguntas, chega de respostas. Que cheguem de respostas todas as perguntas do mundo, mas respostas que possam ser entendidas pelo coração, se não não quero não. Sou artista e interpreto, das respostas ao coração.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
A Arte faz parte.
Um dia parei para pensar: O que é a Arte? Mas o que ela é mesmo! Não o que significa para mim, para ela, para você ou para o mundo. O que ela é. Se perguntar isso para qualquer um ele dirá: Arte é teatro, música, dança e afins. Mas, será isso mesmo? Não tenho muito certeza de qual seria a resposta correta, o que saberá de Arte um simples ETzinho? Mas resolvi dar um chance à Pergunta. Fechei os olhos bem forte e imaginei a Arte. Lembrei de cada pedacinho de Arte que completa minha vida: A flauta na cabeceira, os desenhos na pasta preta, os sons do dia-a-dia, o teatro das quartas e sextas, a música da Noite, a voz do Dia, as cores do Arco-íris, a poesia de um namorado, as palavras, sentimentos, ventania, tinta, abraços, sorrisos, sorvete de chocolate, caramelo e amigos. Tudo isso é Arte! Aos meus olhos, a Vida é Arte. E mesmo que ela mesma não saiba, tenho o prazer de tê-la comigo a cada segundo do Tempo, a cada momento da Vida. Então vamos lá! Vamos deixar a Arte fluir pelas nossas mentes. Vamos deixa-la guiar nosso corpo, porque a arte faz parte! Daqui à muito além de Marte.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
E você, acredita?
Eu acredito. Acredito na Paz, na Esperança. Acredito na Saudade, no Amor. Acredito que nós podemos voar com o pensamento, que nós podemos ser quem nós quisermos ser. Acredito que podemos sair correndo na rua, acredito que sentimentos são pessoas. Acredito que podemos acreditar. Acredito no Místério, acredito na Beleza. Acredito que ET's existem! Acredito que ninguém é igual, que todos são iguais. Acredito que origami cria vida, acredito que passarinhos só cantam para alegrar nossa Vida. Acredito que o Tempo pode andar devagar, acredito que o Tempo pára, volta, olha para trás e continua. Acredito que acreditar tem graça, acredito que o mundo tem graça. Acredito nas crianças. Acredito que bichinhos de pelúcia tem coração. Acredito que sorvete de chocolate é o melhor do mundo. Acredito nas roupas, nas histórias, nos filmes e fantasias. Acredito que animais tem sentimentos, acredito nos vegetais, nos minerais e nos não-normais. Acredito nos números e nas palavras. Acredito que todos merecem da Vida, na Vida e a Vida. Acredito no céu e nos passarinhos, acredito nas àrvores com seus ninhos. Acredito nos animais e nas pessoas, acredito nas boas e nas não-boas. Acredito no mar, no ar, na terra, no fogo. Acredito no estar, no ficar, na serra e no globo. Acredito nos desenhos e nos não desenhados. Acredito em nós feitos e desfeitos. Acredito em terapia e nos loucos. Acredito em muitos e em poucos. Acredito no tudo e no nada. Acredito em mim. Acredito na Vida.
E você, acredita?
E você, acredita?
"Eu realmente não te entendo."
Pois é, nem eu. Mas acredito que seja um "não-entender" diferente do que o teu. Humanos não entendem porque eu estou sorrindo, mesmo quando "triste". Humanos também não entendem porque tenho uma incrível obsessão por chocolate, por roupas coloridas, pela Diversão e pela Vida. Humanos nunca entendem o porque de eu não querer seguir as regras (acham que sou rebelde), nunca entendem porque de eu gostar de pular nas poças de água, tomar chuva, rolar na grama, pisar descalço no chão, olhar pro céu constantemente, procurar formas nas nuvens, gostar de ouvir a voz dos passarinhos e das àrvores, gostar de ouvir o som do coração e do Tempo a passar. Agora eu não entendo porque meu coração bate, porque tudo tem que ser científico, porque que a vida tem que não ter graça, porque eu tenho que ser madura, porque eu tenho que me vestir assim, pensar assado, comer frito e ser cozido. Isso que eu não entendo, e, para mim, são essas perguntas que realmente importam. Se você acha que as primeiras perguntas são as que importam, tente parar um minuto, olhe para o céu e depois feche os olhos, e fique assim por um tempo, porque daí você irá perceber que as respostas das primeiras perguntas, são simples. O que você precisa é simplesmente sentir.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Para onde olhas?
Incontaveis as vezes que recebi essa pergunta. Devo confessar que me surpreendi. Desde o tempo que cheguei aqui na terra não foram muitos os humanos que encontrei que realmente se importavam com coisas como essa. Mas devo ter escolhido bem os humanos que queria compartilhar o Tempo, pois esse sim se importam. Minha resposta nunca fora igual. Tenho o estranho hábito de observar meticulosamente tudo ao meu redor (o que sempre resulta em várias dúvidas em minha cabeça, das quais as respostas eu não gosto muito) e gosto de prestar atenção nos mínimos detalhes, ao contrário de muitos humanos que conheci (na verdade, quase todos). Por isso sempre respondia diretamente, comentando o que eu via. "Ah! Eu estava observando aquela formiga que parece estar levando comida pra família." ou "Estou observando aquele pontinho azul ali na parede, deve estar solitário tadinho!". As pessoas estranham, isso é fato, mas não deixo de observar, afinal são coisas novas para mim, o que hei de fazer além de observar? Gostaria muito de ter um caderninho, para anotar cada coisa que percebo. Enquanto não o tenho, fico a guardar no arquivo da cabeça, que daqui a pouco pode acabar ficando cheio demais.
domingo, 27 de setembro de 2009
Daquele planeta apenas a Saudade.
Acho que todos vocês que já viajaram pra longe alguma vez, podem confirmar que a Saudade chega para nos contar sobre nossa terra, e a gente fica só relembrando. Pois é, no momento é só isso que posso fazer, relembrar. Não sei mais se aquele planetinha existe. Ao perder minha nave espacial em algum lugar do meu quarto, não tive mais a oportunidade de viajar de volta pra casa, sentir aquele cheirinho bom de coisa que a gente conhece. Agora só posso mesmo é imaginar. Dona Florzinha deve estar sentindo minha falta, não entrou em contato até agora. Pelo menos com a mamãe eu consigo falar, já que ela está presente em todo o Universo. Papai também, eles entram em contato todos os dias, daí me contam das novidades. Está tudo correndo bem, graças à Noite. Agora vou terminar aqui, tenho que dar boas vindas à Chuva que está chegando. Tenham todos uma Boa tarde de chuva.
Apresentando...
Apresentações são interessantes, e acho que devia dar uma. Sou uma pessoa complicada de entender, nem eu me entendo, imagine aqueles que moram fora de meu corpo! Gosto de ser quem sou, nunca vou mudar por alguém nem para alguém. Vivo a vida ao máximo e gosto de sorvete de chocolate em dias de inverno. Gosto de me enfiar para dentro do cobertor e ficar lá a tarde inteira, apenas com o meu gatinho a roçar minhas pernas. Eu entendo as poesias, e entendo cada pessoa, personagem, objeto, sentimento... Tenho um namorado perfeito e gosto de brincar, não quero crescer e pretendo viajar para a Terra do Nunca o mais cedo possível. Essa sou eu, só para entenderem a minha vida (um pouco)
Cá estou eu!
Bom, devido ao longo tempo longe desse diário virtual, resolvi mudá-lo, deixar mais a minha cara, para poder mostrar as incriveis experiencias da Dona Vida pela perpesctiva de um Extra terrestre. Então sejam bem vindos todos que aqui estão para este espetáculo. Aproveitem a estado e tenham um maravilhoso dia!
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