Não é a cara, nem o cabelo, nem a
boca que vão te dizer quem é a pessoa que teu olho encontra. É
preciso querer olhar. Olhar os detalhes que não estão impressos na pele.
Aqueles detalhes de uma beleza que não se mostra. Aquela alegria expressa no
sorriso, a tristeza do olhar. São coisas que precisamos olhar pelos olhos de
dentro, aqueles olhos que estão presos dentro da gente e só esperam uma fresta
na janela para poder sair voando por aí, descobrindo pessoas. São esses olhos
que faltam nos que fazem guerra, nas pessoas que não sentem amor. É preciso
parar um pouco, perder a pressa, perder a hora. É preciso parar de olhar só pra
frente. É preciso, de vez em vez, olhar ao lado, olhar para aquela pessoa que
passa do teu lado, aquela pessoa tão ela mesma que você nunca viu na vida,
aquela pessoa que também te olha, mas você nunca percebeu. Não se pode ter medo
do olhar alheio. São estes outros olhos que te suplicam um pouco de tempo, que
imploram por um pouco de compaixão. O mundo precisa desses olhos, o mundo
precisa despertar, acordar desse sonho louco de solidão. Existe um segredo para
libertar esses olhos de sentir, que correm loucos dentro da gente. É preciso
tentar. É preciso olhar pra dentro. É preciso simplesmente amar.
Um ET na Terra.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
É melhor mudarmos de assunto.
"É melhor mudarmos de assunto
de mundo
de tudo
É melhor mudarmos de família
de amigos
de reino
É melhor mudarmos de jeito
de defeito
de mente
É melhor mudarmos de cara
de peito
de bunda
É melhor mudarmos de dor
de cor
de tom
É melhor mudarmos de tudo de uma vez."
Se acham que essa é a solução,
mudem logo de planeta e me deixem em paz.
domingo, 8 de agosto de 2010
E ela corre.
Seu vestido arrasta pela lama molhada da chuva. Ela não se
importa. Seu penteado se desfaz e a maquiagem é borrada. Ela não se importa,
nada mais importa para ela. Chove, e os pingos caem com força em seu rosto, e
já não se distingui mais suas lágrimas. Meros pingos de água salgada que saem
de seu corpo para demonstrar algo tão imenso que ela não se agüenta. Ela
tropeça e cai sobre os espinhos de uma roseira. A dor que começa se torna
insignificante perto do que sentia. Ela olha para trás. Para seu passado. Para
aquele que ela julgava ser amada. Ele a observava inerte, não se via nada em
seus olhos. Eram escuros, fundos e vazios. Imensamente vazios. Ela se levanta
com o resto de suas forças e corre desesperadamente. Sem direção. Ela não se
importa, ela só quer fugir, ela só quer ir o mais longe que puder, como se essa
distancia pudesse fazê-la esquecer tudo o que acontecera. Os encontros, a dança,
o beijo. Tudo aquilo: uma ilusão. Enquanto corre sua mente não deixa de
atormenta-la com tudo o que haviam passado juntos. Ela repetia para si mesma
“Ilusão, ilusão.” Não queria lembrar de mais nada. Mas sua mente a torturava
com as palavras, a negação. Ela não queria acreditar que era a outra, que não
era amada. Naquele momento ela queria morrer. Sentia seu coração doer, sentia
seu corpo doer, sentia sua cabeça doer. Não conseguia mais distinguir realidade
de ilusão, o que era dor e o que não era. De repente tudo escurece e ela cai.
Passa-se um
dia, e o sol a acorda. Batera sua cabeça sobre uma pedra e não se lembrava mais
de nada. Sentia um estranho cansaço sobre suas pernas, mas não se lembrava o porquê.
Tinha percorrido o jardim, a floresta e agora estava em frente ao Lago das
Pedras. O silencio era absoluto. Ouvia-se apenas a água que batia contra a
margem e alguns passarinhos que levantavam de seu ninhos. O sol cegava seu
olhos e ela levou um tempo para conseguir se acostumar com a claridade. Olha em
volta e não reconhece nada. Olha na água e não se reconhece. Sente então a dor
dos espinhos e vira-se para descobrir aonde havia se machucado. Descobre então
sobre sua perna um rosa vermelha. Uma rosa grande e majestosa que, sem nenhum
motivo, a fez se sentir bem. Uma rosa manchada de sangue. Ela pega a rosa entre
suas mãos sujas de terra, seu coração aquece. Ela levanta-se e caminha para
onde julga ser o caminho certo. Sua vida, começa ali.
‘—Tudo
começou com uma rosa, e com uma rosa terminará.'
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Nós.
Nós somos um. Somos o medo, a dor e a agonia. Somos o êxtase, o sorriso e a alegria. Somos o dia. Somos a noite. Somos fracos por dentro e fortes por fora. Somos mesquinhos e rudes. Somos sensíveis e humildes. Não somos iguais. Somos únicos. Não somos diferentes também. Somos da mesma base. Alguns dizem que somos 70% água e 30% terra. Discordamos. Somos a água, a terra, o ar e o fogo. Somos um coração. Somos o coração. Somos volúveis, retráteis. Inóspitos e perigosos. Somos o bem. Somos inocentes. Incríveis. Somos o erro, a tentativa e o acerto. Somos a procura. Somos o perdido. Somos a cura. Somos a epidemia. Somos o vicio. Somos dependentes, independentes. Somos os prejudicados. Os privilegiados. Somos tudo. Somos nada. Não somos perfeitos. Nós somos o mundo.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Lista da Bota
Numa olhada diária de atualizações de amigos, que confiro todo dia, li um post em Devaneios Oníricos de Andrey Sebastian, sobre uma tal "Lista da Bota" (um nome muito interessante, aliás). Gostei da iniciativa para tal coisa e acho que é uma ótima forma de imaginar quais sãos os seus sonhos e desejos, coisas que gostaria de fazer antes de morrer. Pensei em começar a minha lista, mas depois de algum tempo notei que tenho muitos sonhos. Se eu for pensar em todas as coisas que gostaria de fazer antes de morrer, iria encher esse post até completar umas 1.000 páginas. Não acho possível, para mim, fazer uma lista sobre "Coisas que Gostaria de Fazer Antes de Morrer", porque a Vida é longa, e eu mudo a cada instante. Posso querer algo agora, e logo após querer outra coisa, que para mim será de prioridade maior. Mas vou colocar aqui o que desejaria mais do que todas as outras coisas, e que isso eu sei que nunca vai mudar:
Viver e fazer os outros viverem.
Simples e completamente assim. Em um livro chamado "Pollyanna" que já foi apresentado pela minha Cia de Teatro, a Cia. Verás Atores Mirins, pode muito bem explicar minha escolha.
"Tia Polly - Muito Bem, Pollyanna. Entrará numa escola aqui. Sr. Hall é o diretor e verá em que classe poderá começar. Enquanto isso, toda manhã, às nove horas, você me lerá alto até as nove e meio. Antes disso, tratará de arrumar seu quarto. Quintas e sabados, depois das nove e meia, irá para a cozinha aprender receitas com Nancy. Nos outros dias, costurará ao meu lado. As tardes ficarão para a música.
Pollyanna - Oh, Tia Polly, a senhora não me deixou tempo nenhum para... Viver.
Tia Polly - Para viver? O que quer dizer com isso? Como se não estivesse vivendo o tempo todo...
Pollyanna - Oh, estou respirando o tempo todo, mas fazer isso não é estar vivendo, Tia Polly. A senhora respira todo o tempo que está dormindo e quem dorme não vive. Quero dizer "vivendo", isto é, fazendo coisas de que a gente gosta, como brincar lá fora, ler para mim mesma, subir no morro, conversar com Nancy e Sr. Tom no jardim, e saber tudo a respeito das casas e das pessoas que moram nas lindas ruas por onde passei. Isso é que eu chamo "viver", Tia Polly. Respirar só, não é viver."
Este foi um trecho do texto teatral adaptado por Orly Verás de Pollyanna, uma história muito linda que indico para todas as idades.
Mas enfim, é isso que quero para a minha vida, um grande sonho que se realiza a cada dia que me levanto.
As pessoas que indico para completarem a lista são:
1. Silent Roses Valey - Taffarel Micaloski.
2. Ciranda de Clowns - Marina Chiva.
3. Words Never Said Again - Hanna Paterno.
4. Malucos Somos Todos - Alice Guerra
5. Eu iria indicar algum dos blogs da Rita Apoena, mas estes foram deletados, portanto minha ultima indicação vai para você leitor, que, mesmo que não tenha blog, pode escrever em uma folha de papel as coisas que deseja fazer antes de morrer.
Viver e fazer os outros viverem.
Simples e completamente assim. Em um livro chamado "Pollyanna" que já foi apresentado pela minha Cia de Teatro, a Cia. Verás Atores Mirins, pode muito bem explicar minha escolha.
"Tia Polly - Muito Bem, Pollyanna. Entrará numa escola aqui. Sr. Hall é o diretor e verá em que classe poderá começar. Enquanto isso, toda manhã, às nove horas, você me lerá alto até as nove e meio. Antes disso, tratará de arrumar seu quarto. Quintas e sabados, depois das nove e meia, irá para a cozinha aprender receitas com Nancy. Nos outros dias, costurará ao meu lado. As tardes ficarão para a música.
Pollyanna - Oh, Tia Polly, a senhora não me deixou tempo nenhum para... Viver.
Tia Polly - Para viver? O que quer dizer com isso? Como se não estivesse vivendo o tempo todo...
Pollyanna - Oh, estou respirando o tempo todo, mas fazer isso não é estar vivendo, Tia Polly. A senhora respira todo o tempo que está dormindo e quem dorme não vive. Quero dizer "vivendo", isto é, fazendo coisas de que a gente gosta, como brincar lá fora, ler para mim mesma, subir no morro, conversar com Nancy e Sr. Tom no jardim, e saber tudo a respeito das casas e das pessoas que moram nas lindas ruas por onde passei. Isso é que eu chamo "viver", Tia Polly. Respirar só, não é viver."
Este foi um trecho do texto teatral adaptado por Orly Verás de Pollyanna, uma história muito linda que indico para todas as idades.
Mas enfim, é isso que quero para a minha vida, um grande sonho que se realiza a cada dia que me levanto.
As pessoas que indico para completarem a lista são:
1. Silent Roses Valey - Taffarel Micaloski.
2. Ciranda de Clowns - Marina Chiva.
3. Words Never Said Again - Hanna Paterno.
4. Malucos Somos Todos - Alice Guerra
5. Eu iria indicar algum dos blogs da Rita Apoena, mas estes foram deletados, portanto minha ultima indicação vai para você leitor, que, mesmo que não tenha blog, pode escrever em uma folha de papel as coisas que deseja fazer antes de morrer.
terça-feira, 22 de junho de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Porque sentimos amor?
Porque estamos sujeitos ao toque e ao olhar. Queremos sentir o corpo esquentar com outra pessoa. Porque queremos acordar acompanhados e queremos ser elogiados. Queremos rir com outra pessoa. Porque temos defeitos. Porque temos qualidades. Porque temos as mãos para serem seguradas e os pés para serem esquentados. Porque queremos um destino para nossas pernas. Porque podemos achar o dia bonito. Podemos ter um momento especial. Porque podemos voar com os pés no chão. Porque queremos sentir borboletas no estomago. Porque devemos deixar nossa imaginação voar. Porque queremos um abraço. Porque queremos um sorriso. Porque queremos e podemos sorrir.
Sentimos amor por tudo isso, mas principalmente: Porque estamos vivos, porque temos um coração e porque ele bate.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Acordar para uma vida.
O pior de tudo é acordar. É muito díficil para alguém como eu sair da minha imaginação. Nunca, em nenhum dos planetas, havia algo como sonhar. É uma novidade para mim e por isso eu gosto muito de aproveita-la ao máximo. Mas é impossível acordar depois. É díficil você ter que esquecer toda aquela história bela criada para te dar bem-estar, aonde tudo é bonito e funciona, para ter que voltar a viver com responsabilidade e dificuldades pelo caminho. É isso o que penso nos primeiros segundos que abro os olhos. Mas... Sei que para alguns posso estar me contradizendo, mas depois de alguns instantes eu paro para pensar e vejo que é muito bom estar viva. Eu adoro ter dificuldades, adoro sentir que sou capaz de ultrapassar esses obstáculos. Gosto de ter certas responsabilidades, sabendo que posso arcar com elas. A vida me encanta muito, desde sempre. É tão maravilhoso sentir tudo o que te toca, o vento, o silencio, a poesia. A pessoa amada te sussurrando ao ouvido tudo aquilo que você queria ouvir. Saber que no fim de tudo, você vai poder deitar, sonhar com as mais belas fantasias e acordar para um novo dia nesse mundo imperfeito em que vivemos. Sonhar é muito bom, mas viver é bem melhor.
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