Seu vestido arrasta pela lama molhada da chuva. Ela não se
importa. Seu penteado se desfaz e a maquiagem é borrada. Ela não se importa,
nada mais importa para ela. Chove, e os pingos caem com força em seu rosto, e
já não se distingui mais suas lágrimas. Meros pingos de água salgada que saem
de seu corpo para demonstrar algo tão imenso que ela não se agüenta. Ela
tropeça e cai sobre os espinhos de uma roseira. A dor que começa se torna
insignificante perto do que sentia. Ela olha para trás. Para seu passado. Para
aquele que ela julgava ser amada. Ele a observava inerte, não se via nada em
seus olhos. Eram escuros, fundos e vazios. Imensamente vazios. Ela se levanta
com o resto de suas forças e corre desesperadamente. Sem direção. Ela não se
importa, ela só quer fugir, ela só quer ir o mais longe que puder, como se essa
distancia pudesse fazê-la esquecer tudo o que acontecera. Os encontros, a dança,
o beijo. Tudo aquilo: uma ilusão. Enquanto corre sua mente não deixa de
atormenta-la com tudo o que haviam passado juntos. Ela repetia para si mesma
“Ilusão, ilusão.” Não queria lembrar de mais nada. Mas sua mente a torturava
com as palavras, a negação. Ela não queria acreditar que era a outra, que não
era amada. Naquele momento ela queria morrer. Sentia seu coração doer, sentia
seu corpo doer, sentia sua cabeça doer. Não conseguia mais distinguir realidade
de ilusão, o que era dor e o que não era. De repente tudo escurece e ela cai.
Passa-se um
dia, e o sol a acorda. Batera sua cabeça sobre uma pedra e não se lembrava mais
de nada. Sentia um estranho cansaço sobre suas pernas, mas não se lembrava o porquê.
Tinha percorrido o jardim, a floresta e agora estava em frente ao Lago das
Pedras. O silencio era absoluto. Ouvia-se apenas a água que batia contra a
margem e alguns passarinhos que levantavam de seu ninhos. O sol cegava seu
olhos e ela levou um tempo para conseguir se acostumar com a claridade. Olha em
volta e não reconhece nada. Olha na água e não se reconhece. Sente então a dor
dos espinhos e vira-se para descobrir aonde havia se machucado. Descobre então
sobre sua perna um rosa vermelha. Uma rosa grande e majestosa que, sem nenhum
motivo, a fez se sentir bem. Uma rosa manchada de sangue. Ela pega a rosa entre
suas mãos sujas de terra, seu coração aquece. Ela levanta-se e caminha para
onde julga ser o caminho certo. Sua vida, começa ali.
‘—Tudo
começou com uma rosa, e com uma rosa terminará.'
Q fofo, q bonitinho... eu sei como é se sentir assim, eu já passei por isso, exatamente por isso... lembra uma vez q eu estava muito triste (vc pode imaginar por quê), tinha matsuri na praça do Japão e choveu, pra variar. Eu fiquei olhando para o laguinho e as pedras, tomando chuva e pensando em tudo. Mas eu podia estar me molhando, podia ficar gripada depois... não me importava. Eu queria morrer.
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